MARROCOS: POR ONDE COMEÇAR SUA VIAGEM
No Marrocos, o tempo desacelera, a ponto de parecer andar diferente.
Você sente isso logo nos primeiros minutos: no calor seco que vem do deserto, nos cheiros que escapam das barracas de tempero, no movimento das medinas que não seguem nenhum relógio. Tudo tem outro ritmo. Neste post, você vai encontrar experiências reais, lugares que valem a visita, sabores marcantes e muita inspiração para montar seu roteiro por lá. Pode seguir a leitura, tem muita coisa boa pela frente.
Dá uma olhada no que te espera neste post:
Boa leitura e boa viagem… mesmo que, por enquanto, só com os olhos.

MARRAKECH: Onde o caos tem charme
Caótica na medida certa, Marrakech é daquelas cidades que despertam todos os sentidos ao mesmo tempo. O som das buzinas e dos chamados nas medinas, o cheiro das especiarias, o calor seco no rosto, o brilho das luminárias penduradas nos souks. Tudo parece demais e é isso que faz dela tão interessante.
A cidade gira em torno da Praça Jemaa el-Fna, o ponto mais movimentado e talvez o mais autêntico também. De dia, você vai ver vendedores de frutas secas, encantadores de serpentes e ambulantes disputando atenção. À noite, a praça muda: barraquinhas de comida ganham espaço, músicos e contadores de histórias se espalham, e o clima esquenta com os cheiros de churrasquinhos e chá de menta.
A Medina de Marrakech é um mundo à parte. É fácil se perder, e tudo bem, faz parte. Ali você encontra de tudo: tapetes, cerâmicas, joias berberes, cestos de palha, babouches (aqueles chinelos típicos), e uma infinidade de temperos e perfumes. Vale visitar o Souk Semmarine, o mais tradicional, mas também explorar outros menores e mais tranquilos, como o Souk des Teinturiers, onde os tecidos tingidos secam pendurados nas vielas. Se quiser dar uma pausa no agito, fuja para o Jardin Majorelle, o jardim criado por Jacques Majorelle e eternizado por Yves Saint Laurent, mas ainda falaremos sobre os museus neste post.
Para comer bem, o bairro de Gueliz é a melhor pedida. É a parte mais moderna da cidade, com cafés, bistrôs e restaurantes que atendem todos os gostos, também um respiro do ritmo intenso da Medina.
Além desses, não deixe de visitar a Mesquita Koutoubia, um dos principais cartões-postais da cidade, com seu minarete imponente que domina o horizonte. Também vale a pena explorar o Palácio da Bahia, um conjunto de palácios com jardins e decoração rica que mostram a história e a cultura locais. Outro ponto interessante é o Jardim Menara, com as oliveiras e o lago com vista para o Atlas.
Marrakech é intensa, sim, mas também surpreendente. É o tipo de cidade que te tira da rotina e te coloca dentro de um universo novo, cheio de texturas, sons e sabores. E é só o começo do que Marrocos tem pra mostrar.
CHEFCHAOUEN: O contraponto de Marrakech
.Ao contrário do caos maravilhoso de Marrakech, Chefchaouen é uma pausa para respirar e contemplar a calmaria. Lá, as paredes são pintadas de vários tons de azul, do céu claro ao azul quase roxo, e as ruas estreitas e tranquilas.

A cidade fica nas montanhas do Rif e tem um clima mais ameno que o resto do Marrocos. Isso ajuda a criar uma atmosfera calma e diferente das medinas agitadas. O cenário perfeito para quem quer sentir o lado mais leve do país.
Enquanto anda pelas ruas, aproveite para tomar um suco de laranja fresco. Em Chefchaouen, o suco é algo sério, feito na hora, doce na medida certa, e servido em copos simples nas barraquinhas espalhadas pela praça principal ou perto das lojas. É quase um ritual para quem visita e uma pausa deliciosa no passeio.
Além do charme das ruas azuis, vale subir até a antiga Kasbah, que tem um jardim interno tranquilo e uma linda vista da cidade. Também dá para explorar o entorno, com trilhas e pequenas cachoeiras que ficam a uma curta distância, perfeito para quem gosta de natureza e quer fugir um pouco do urbano.
Chefchaouen é um lugar para quem quer sentir Marrocos de um jeito diferente, menos intenso, mais tranquilo, mas não menos cheio de personalidade.
As medinas mais marcantes do Marrocos
Se tem uma coisa que define bem uma viagem ao Marrocos, são as medinas. É nelas que tudo acontece. Algumas são puro comércio, outras são quase museus vivos. Algumas surpreendem pela arquitetura, outras pela calma. E todas, sem exceção, valem ser exploradas sem pressa, de preferência com sapato confortável e mente aberta. Abaixo as medinas mais marcantes. Umas mais famosas, outras nem tanto, mas todas com algo que merece ser vivido de perto.
Medina de Marrakech

A medina de Marrakech gira em torno da Praça Jemaa el‑Fna, um dos espaços culturais mais ativos do país e reconhecido pela UNESCO como patrimônio imaterial.
Durante o dia, são vendedores de suco de laranja e água de couro, carrinhos de tâmaras, jovens com macacos de corda e encantadores de serpentes. À noite, a praça se transforma: bancas de comida surgem, contadores de histórias, músicos, dançarinos se espalham, um espetáculo vivo que não tem hora nem roteiro fixo.
Vale entrar nos souks próximos e explorar os labirintos de tecidos, temperos, lanternas e cerâmicas. Cada esquina pode tem uma oficina antiga ou uma barraca colorida.
Medina de Essaouira

Essa é uma medina costeira, antiga Mogador, tem um charme bem diferente: fortificações ao estilo europeu em um cenário árabe-marroquino, projetado no século XVIII e muito bem preservado.
Nela, você encontra misturas culturais marcantes: judeus, berberes, árabes e europeus conviveram e deixaram marcas na arquitetura, feiras, arte local e na vida cotidiana. A localização à beira-mar complementa a sensação de cidade aberta, leve e acolhedora.
Não deixe de dar uma volta até o Bayt Dakira, um museu na antiga Mellah que celebra essa convivência religiosa e cultural. E, claro, caminhar pelas muralhas com vista para o mar é imperdível.
Medina de Fez (Fès el Bali e Fès el Jdid)

Fès el Bali: o coração histórico
A mais antiga e maior do Marrocos, declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Cruzá-la é voltar mais de mil anos, tem ruelas estreitas, mercados e artesãos agrupados por profissão: curtumes, ferreiros, ceramistas.
Não pode faltar uma visita ao Portão Azul (Bab Bou Jeloud), ponto de entrada emblemático, e à Madrasa Al‑Attarine ou Bou Inania, célebres por sua arquitetura Marinid e ricos detalhes em mosaico e madeira entalhada. Também vale dar uma pausa na Chouara Tannery, famosa por seu sistema tradicional de tingimento de couro; prepare-se para o cheiro forte, amenizado por ramos de hortelã que os vendedores oferecem.
Fès el Jdid e o Mellah
Essa extensão mais moderna da medina abriga o antigo bairro judeu (Mellah), com ruas marcadas por casas com sacadas de madeira, antigas sinagogas e um cemitério centenário. Ao redor, a zona do palácio real e grandes portões também valem uma passada para entender como Fès se reinventou ao longo dos séculos.
Outras experiências
Suba até os Merenid Tombs para uma vista panorâmica de Fès e panorama histórico. E depois, para recarregar, respire ar fresco no Jardin Jnan Sbil, um parque tranquilo com fontes e plantas, ideal na hora do fim da tarde.
Medina de Chefchaouen
Menor e mais tranquila, a medina azul de Chefchaouen não é labiríntica como as outras, mas encanta por sua atmosfera. Todos os tons de azul transformam as vielas num lugar ideal para caminhar sem pressa, fotografar e absorver a calmaria. O suco de laranja fresco é famoso — sempre feito na hora, doce na medida certa, servido em copos simples em áreas centrais. É o lugar perfeito para desacelerar, contemplar e revisitar o que já viu com outro olhar.
Medina de Meknes
O que ver e fazer:
- Visitar a movimentada Souika Street, depois explorar o Souk Sebbat, famoso por artigos de couro, tapetes e artesanato. O clima é mais local do que turístico;
- Caminhar pelas ruas da Kasbah des Oudayas, com suas casas azul e branco à beira do rio Bou Regreg. Lá de cima, a vista do oceano e de Salé é imperdível;
- Na medina, as ruas seguem tranquilas e limpas, com cafés simples, lojas de ervas e objetos decorativos; ótimo lugar para encontrar lembranças sem pressa.
Medina de Tétouan
O que ver e fazer:
- Visitar a movimentada Souika Street, depois explorar o Souk Sebbat, famoso por artigos de couro, tapetes e artesanato. O clima é mais local do que turístico;
- Caminhar pelas ruas da Kasbah des Oudayas, com suas casas azul e branco à beira do rio Bou Regreg. Lá de cima, a vista do oceano e de Salé é imperdível;
- Na medina, as ruas seguem tranquilas e limpas, com cafés simples, lojas de ervas e objetos decorativos; ótimo lugar para encontrar lembranças sem pressa.
Medina de Raba
O que ver e fazer:
- Conhecer as vielas pontuadas por fachadas brancas e históricas, ouvindo o canto dos pássaros e sentindo a brisa do mar, a medina parece uma Kasbah arquitetônica viva;
- Visitar o Museu Etnográfico e o Museu Arqueológico para conhecer o passado local, com exposições sobre arte, música e herança andaluza;
- Andar sem rumo e descobrir mercados onde artesanato local, especiarias e lembranças são ofertados a preços mais honestos, dizem que é até metade do que se paga em Marrakech.
Top 7 Museus para conhecer no Marrocos

Entre uma caminhada pela medina e um chá de menta no fim da tarde, vale entrar num museu. Alguns deles valem a viagem ao Marrocos.
#7. Dar Batha Museum (Fès)
Antigo palácio transformado em museu em 1915, com mais de 6.500 peças e destaque para cerâmica azul de Fès, entalhes de madeira e objetos de artesanato tradicional.
#6. Museum of African Contemporary Art Al Maaden – MACAAL (Marrakech)
Reaberto em 2025 após reformas, apresenta 2.000 obras de arte contemporânea africana, com foco em artistas marroquinos e africanos. O prédio moderno e claro é quase parte da exposição. Destaque para a narrativa visual e social que a coleção carrega.
#5. Dar Si Said Museum (Marrakech)
Se artesanato marroquino te interessa, esse é o lugar. Tapetes, carpintaria, bordados e objetos tradicionais em um palácio deslumbrante. Aula prática de técnica, estética e história popular.
#4. Museum of Marrakech (Dar Menebhi Palace, Marrakech)
Instalado num palácio do século XIX, é belo por fora e fascinante por dentro. Cerâmicas, moedas antigas, roupas, manuscritos e arte local variada. O visual da arquitetura já valeria a visita. A coleção, com arte e etnografia, complementa com profundidade.
#3. Musée Berbère (Jardin Majorelle, Marrakech)
Dentro dos jardins de Majorelle, esse museu é um mergulho na cultura amazigh. Mostra joias, tecidos, instrumentos e objetos do dia a dia. Pequeno, mas cheio de significado.
#2. Musée Histoire & Civilisations (Rabat)
Fundado em 1932, concentra a coleção mais rica de artefatos arqueológicos do país, com peças pré-históricas até arte romana e islâmica, incluindo o famoso “Cão de Volubilis” e mármores berberes.
#1. Musée Mohammed VI d'Art Moderne et Contemporain (Rabat)
O primeiro museu público do país com padrão internacional. Reúne cerca de 200 artistas marroquinos e estrangeiros, com enfoque em arte moderna e contemporânea.
GSP Atlanta indica: Dormir em um Riad? Sim, por favor
E não é só pelo charme. Riad é o nome das casas tradicionais marroquinas que foram transformadas em hotéis, geralmente com poucos quartos, pátio interno com jardim ou fonte, uma arquitetura linda e um cuidado nos detalhes que faz a gente querer fotografar cada canto.

Do lado de fora, eles podem até parecer discretos, escondidos nas vielas das medinas. Mas é só entrar pra entender por que vale tanto a pena escolher um Riad como hospedagem. É um jeito diferente de viver o Marrocos, mais íntimo, mais calmo, mais bonito. O silêncio lá dentro contrasta com o movimento das ruas e traz uma sensação boa de refúgio.
Entre os que mais impressionam, dois nomes valem ser guardados com carinho:












Localizado na medina de Fès, esse é um dos riads mais elegantes do país. Tem spa, terraço com vista panorâmica e um mix de tradição com conforto que faz tudo parecer fácil. É ideal pra quem quer mergulhar na atmosfera da cidade sem abrir mão de um certo requinte.










Em Marrakech, esse não é só um riad: é um conjunto de vários, construído por artesãos locais sob encomenda do próprio rei do Marrocos. Cada detalhe é impecável. É luxo marroquino do jeito mais autêntico e sofisticado possível.
Se a ideia é ter uma experiência de hospedagem que some à viagem (e não apenas sirva de apoio), os riads são o caminho. E uma dica: quanto mais tempo você passa neles, mais vai entendendo que parte da mágica do Marrocos acontece entre as paredes deles.
TOP 7 hotéis no Marrocos
Para além dos riads, também reunimos nossos 7 hotéis favoritos no Marrocos, que você pode conferir abaixo:
Quer viver o Marrocos com calma, cores e propósito?
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